Petrópolis não foi base aérea nem possui aeroporto. O fato de a cidade ligar-se à história da aviação se constrói, curiosamente, sobre três grandes pilares da aeronáutica: primeiramente, o patrono da Força Aérea Brasileira, Brigadeiro Eduardo Gomes, nasceu em Petrópolis. Tendo também sido Ministro da Aeronáutica, Eduardo Gomes deixou importantíssima obra no Brasil.
A segunda base relevante foi trazida por Santos Dumont, que elegeu a cidade para construir sua “Casa Encantada”, hoje museu. Ali, Santos Dumont passou horas agradáveis e não era raro que se encontrasse com a Princesa Isabel, sua admiradora.
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Finalmente, no século XX, o piloto Marcel Reine, que integrava o grupo Latécoère e depois Aéropostale, fazia escalas no Rio de Janeiro. E descobriu a serra; encantou-se com o local e o clima ameno lhe lembrava a sua região na França. Acabou adquirindo uma vasta terra em Itaipava, onde havia uma casa. Assim, o idílico reduto na floresta se tornou ponto de encontro dos jovens pilotos, que para lá iam também com as moças. Entre os visitantes estariam Jean Mermoz e Antoine de Saint-Exupéry, o que se confirmou por jornalistas como Jean-Gérard Fleury e Joseph Kessel, que também estiveram na casa. Hoje, o lugar se tornou memória, pois o atual proprietário, José Augusto Wanderley, cujo pai comprou a propriedade diretamente do piloto Reine, conserva-a com primor.