A Cidade
A cidade serrana no Rio de Janeiro, dita “cidade imperial” porque eleita pelos Imperadores do Brasil, também foi palco de aventuras da Aéropostale. Não por ter sido escala, pois não era base de aviões. Mas por ter-se tornado um destino de descanso dos pilotos da antiga companhia graças à compra de uma casa pelo piloto Marcel Reine, que para lá se dirigia em companhia dos camaradas.
A escolha do local pelo piloto Reine não é à toa: Petrópolis e seus arredores se constituem, de fato, num dos melhores destinos turísticos do Brasil. Passagem do caminho que fazia a rota para a exploração das minas de ouro no estado vizinho (Minas Gerais), a cidade se fundou nas montanhas a que conduz a Serra da Estrela.
Nos tempos do Império, a região era passagem na rota que levava a Minas Gerais no período das minerações. Ali, D. Pedro I pernoitou na fazenda do padre Correia, de passagem pelo Caminho do Ouro, e se encantou com o local e a amenidade do clima, que contrasta com o calor forte da capital carioca. Achou-o ideal para construir um palácio propício a receber os visitantes europeus e comprou a fazenda do Córrego Seco, cuja escritura assinou em 1830. Não obstante, o palácio só seria realizado sob o reinado de seu filho, D. Pedro II, através dos planos do mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa. Este encomendou ao engenheiro alemão Köeler que construísse a Estada Normal da serra da Estrela para tornar o acesso de carruagens possível (antes só para tropas de mulas) à Fazenda do Córrego Seco. Depois, Barbosa e Köeler doaram terras da fazenda a colonos livres. Assim nascia Petrópolis, elevada a município em 1857.
No século XIX, a cidade foi marcada pela colonização alemã, que dinamizou sua economia; também estiveram presentes açorianos, entre outras nacionalidades. Aos poucos, também chegaram franceses, que se ocuparam de confecções, serralheria e alimentares, além da jardinagem.
Com a construção do Palácio Imperial, o Imperador D. Pedro II e membros da corte estavam sempre presentes na cidade. O Barão de Mauá logo criaria a estrada de ferro e a linha de barcos a vapor, que permitiam mais fácil acesso da capital para a Serra. Petrópolis e região se tornavam também um importante polo da indústria têxtil.
Durante oito anos, Petrópolis foi capital do Estado do Rio de Janeiro: o governo para lá se deslocou em 1894 por causa da Revolta da Armada contra o Marechal Floriano Peixoto. A condição de capital trouxe muitos avanços para a região. Personalidades passavam por Petrópolis, entre elas, Santos Dumont, que ali construiria a sua “Casa Encantada”, hoje transformada em museu.
Desde 1928, a estrada entre o Rio e Petrópolis passou a ser asfaltada. Muitos presidentes da República frequentaram Petrópolis, mais assiduamente, Getúlio Vargas. Em 1944, abriu-se o Cassino Quitandinha, conhecido em todo país. Na década de 1980, os palácios e construções históricas foram protegidos e Petrópolis com área de 796 mil m2 e aproximadamente 296 mil habitantes e arredores são, no presente, locais de cultura e turismo ecológico com seus ares de serra e sua gastronomia refinada.
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