Exposição

Bahia

Escalas de todos os encantos

Mapa Aéroplace Bahia. Acervo: Musée Air France

#01

Desenho do terreno de pouso de Salvador, provavelmente realizado por Joseph Roig. Acervo: Fondation Latécoère

O Estado da Bahia, de território maior do que a própria França, possuiu uma escala principal da Aéropostale, em Salvador, e três escalas ditas auxiliares: Caravelas, Maraú e Belmonte. Em Maraú, embora se tratasse de um terreno de apoio, há vestígios da antiga companhia. E lendas em torno da presença de Saint-Exupéry.

A atual Base Aérea de Salvador, assim como o aeroporto internacional, situa-se nas proximidades do que foi um dia o campo de pouso da Aéropostale.

[envira-gallery id="3224"]

#02

O verdadeiro nome da Bahia é São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Nos anos 1930, era uma cidade cheia de charme, uma das mais tipicamente brasileiras desse imenso país.

Só tem ali (no campo de aviação) o essencial. Mas o aeródromo tem a particularidade de se encontrar em plena floresta virgem, a mais ou menos 30 km da costa, e estar ligado à Bahia (Salvador) por uma pista que, durante o período das chuvas, não passa de um lamaçal em seu 35 km de percurso. É preciso dizer que essa pista só era frequentada pelos indígenas da vila mais próxima, Santo Amaro (do Ipitanga), que a percorriam com suas mulas, e pelos veículos da Aéropostale.

Todo mundo apreciava muito essa etapa, e muitos guardaram a lembrança de formidáveis piqueniques nas praias, debaixo dos coqueiros que nos forneciam frescor”.

Marcel Moré, do livro J’ai vécu l’Épopée de l’Aéropostale, 1980
Frente e verso de envelope enviado da Alemanha para a Bahia par avion da Aéropostale em1930. Acervo: AMAB
Frente e verso de envelope enviado da Alemanha para a Bahia par avion da Aéropostale em1930. Acervo: AMAB

#03

De volta, de passagem pela Bahia, visitei o novo terreno previsto ao longo da praia. Curto demais e ensopado sob a menor chuva, o de Itapoã se revelara perigoso.

O terreno da Bahia era uma longa faixa descoberta paralelamente ao mar, e, de algum modo, arrancado à floresta”.

Raymond Vanier, do livro Tout pour la Ligne, 1960
Momento da partida da Missão Roig da Bahia em 1925. Acervo: Fondation Latécoère
Vista aérea de Belmonte no trecho entre Caravelas e Bahia capturada durante a Missão Roig em 1925. Acervo: Fondation Latécoère

#04

Cheguei a Caravelas, onde, depois de um dia de negociações e de formalidades, consegui que outorgassem à Companhia (Aéropostale) uma concessão gratuita do terreno municipal do ‘km 14’ (da ferrovia). Ao mesmo tempo, contratei um empresário local para as obras de preparação do terreno a serem feitas ali”.

Paul Vachet, do livro Avant les Jets, 1964
Campo de Pouso em Caravelas – BA em 1930. Acervo: Fondation Latécoère

#05

E eis que ao longe surgiu uma aurora chamejante: o halo das luzes da Bahia. E ais o farol de Itapuã. O terreno de aviação, bordado de seus faróis vermelhos e seus projetores projetando fachos na relva”.

Jean-Gérard Fleury, do livro Les Chenins du Ciel, 1933
Vistas aéreas de Salvador capturada durante a Missão Roig em 1925. Acervo: Fondation Latécoère
Vistas aéreas de Salvador capturada durante a Missão Roig em 1925. Acervo: Fondation Latécoère