O Estado da Bahia, de território maior do que a própria França, possuiu uma escala principal da Aéropostale, em Salvador, e três escalas ditas auxiliares: Caravelas, Maraú e Belmonte. Em Maraú, embora se tratasse de um terreno de apoio, há vestígios da antiga companhia. E lendas em torno da presença de Saint-Exupéry.
A atual Base Aérea de Salvador, assim como o aeroporto internacional, situa-se nas proximidades do que foi um dia o campo de pouso da Aéropostale.
O verdadeiro nome da Bahia é São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Nos anos 1930, era uma cidade cheia de charme, uma das mais tipicamente brasileiras desse imenso país.
Só tem ali (no campo de aviação) o essencial. Mas o aeródromo tem a particularidade de se encontrar em plena floresta virgem, a mais ou menos 30 km da costa, e estar ligado à Bahia (Salvador) por uma pista que, durante o período das chuvas, não passa de um lamaçal em seu 35 km de percurso. É preciso dizer que essa pista só era frequentada pelos indígenas da vila mais próxima, Santo Amaro (do Ipitanga), que a percorriam com suas mulas, e pelos veículos da Aéropostale.
Todo mundo apreciava muito essa etapa, e muitos guardaram a lembrança de formidáveis piqueniques nas praias, debaixo dos coqueiros que nos forneciam frescor”.
Marcel Moré, do livro J’ai vécu l’Épopée de l’Aéropostale, 1980
De volta, de passagem pela Bahia, visitei o novo terreno previsto ao longo da praia. Curto demais e ensopado sob a menor chuva, o de Itapoã se revelara perigoso.
O terreno da Bahia era uma longa faixa descoberta paralelamente ao mar, e, de algum modo, arrancado à floresta”.
Raymond Vanier, do livro Tout pour la Ligne, 1960
Cheguei a Caravelas, onde, depois de um dia de negociações e de formalidades, consegui que outorgassem à Companhia (Aéropostale) uma concessão gratuita do terreno municipal do ‘km 14’ (da ferrovia). Ao mesmo tempo, contratei um empresário local para as obras de preparação do terreno a serem feitas ali”.
Paul Vachet, do livro Avant les Jets, 1964
E eis que ao longe surgiu uma aurora chamejante: o halo das luzes da Bahia. E ais o farol de Itapuã. O terreno de aviação, bordado de seus faróis vermelhos e seus projetores projetando fachos na relva”.
Jean-Gérard Fleury, do livro Les Chenins du Ciel, 1933