O avião decolou levantando uma camada de poeira e o piloto se pôs em direção a Maceió”.
Jean-Gérard Fleury, do livro La ligne: de Mermoz, Guillaumet, Saint Exupéry et de leurs compagnons d´épopée, 1949
Em 1928, já estava construída, pois, a escala de Maceió, em Alagoas, sobre um terreno doado pelo então Governador Costa Rego à Aéropostale. Não por acaso, o aeródromo veio a se chamar “Aeroporto Costa Rego”.
Vachet e Deley (pilotos) voam a partir de 15 de julho (1927) para o norte a fim de atingir Maceió, capital do Estado brasileiro de Alagoas, e ali estabelecer uma nova escala para cortar a etapa excessivamente longa Bahia-Recife”.
Pierre Deley, do livro Pionnier de l’Aéropostale, de René Angel, 2004
Conforme informa o jornalista e historiador Edberto Ticianeli Pinto, do que foi a escala da Aéropostale e posteriormente Air France, resta hoje o hangar, atualmente em uso pelo Departamento Estadual de Rodagem, pois em 1941 o Governo retomou o local, já que um aeroporto foi construído noutra localidade.
No relatório do Governador publicado em 1927, são especificados os termos da cessão do terreno para a construção da escala sob o título “Aeródromo do Tabuleiro do Pinto”.
O jornalista francês Jean-Gérard Fleury fez uma viagem-reportagem pela Aéropostale de Toulouse até Buenos Aires em 1929 e escreveu um livro-relato a respeito. E passou pela capital alagoana...
Chegamos a Maceió com as últimas luzes do dia. O crepúsculo dos trópicos, breve e brutal, logo cedeu à noite. Os vagalumes marcam a floresta com riscos luminosos; os insetos noturnos começam sua ronda, seu zumbido, crepitar e assovios se cruzam num concerto enervante.
– Aviso de temporais na Bahia, o teto está muito baixo. É noite sem lua. Seria melhor o senhor esperar o dia raiar aqui”.
Do livro Les chemins du ciel de Jean-Gérard Fleury, 1933