Florianópolis/SC

A Cidade

A idílica paisagem da Ilha de Santa Catarina, capital do Estado de Santa Catarina e denominada desde o século XIX “Florianópolis”, transformou-a num atraente destino turístico do Brasil.  Mas, frente à História do Brasil, a povoação e industrialização da região deu-se mais tarde.

Em busca de riquezas, navegantes portugueses e principalmente espanhóis do século XVI, rumavam à bacia do Prata. A Ilha de Santa Catarina era um bom porto de abastecimento, de passagem. Dessa época, sem dúvida o mais conhecido dos navegadores que estiveram na Ilha foi Cabeza de Vaca, que depois comandou seus homens pelo chamado “Caminho de Peabiru”, da Serra do mar às Cataratas do Iguaçu e Assunção (Paraguai).

Somente em 1675, de fato, sua colonização europeia teve início, quando Francisco Dias Velho e agregados fundam a então chamada “Nossa Senhora do Desterro”. Até então, a ilha florestada era habitada pelos índios guaranis, de cuja cultura os sambaquis, até hoje descobertos em escavações arqueológicas, são testemunho (registros de até 4.800 a.C).

Não obstante, piratas, em vingança, vieram a assassinar Dias Velho e a povoação não se consolidou de fato. Seria necessário aguardar o século XVIII para que Florianópolis começasse a ser povoada, o que se deu pelas ações militares e pela colonização açoriana.

A 23 de março de 1723, Desterro é elevada à categoria de Vila, desmembrando-se de Laguna, no litoral catarinense. A presença espanhola inquietando os colonizadores portugueses, estes começam a edificar as fortalezas, que hoje se constituem em pontos turísticos abertos à visitação.

Entre 1748 e 1756, com o incentivo do governo português, vieram os colonos açorianos. Diferentemente do restante do Brasil, esse tipo de ocupação era espontâneo e definitivo: as famílias vinham completas e com o objetivo de fixar-se à terra. Os açorianos tiveram de adaptar-se às condições locais e por isso acabaram por, de um lado, militarizarem-se; de outro, cultivarem a mandioca e desenvolver a pesca. Todas essas iniciativas, porém, não evitaram uma invasão espanhola definitiva em 1777, quando foram tomadas uma a uma as fortalezas lusitanas. Sem luta, a invasão se consolidou e só se desfez quando um tratado, em 1778, assinado entre Portugal e Espanha, determinou quais terras seriam de um e de outro: à Espanha os lusos devolveram o Uruguai e as terras das Missões, enquanto os espanhóis tiveram de abrir mão da Ilha de Santa Catarina.

Durante o período imperial, Nossa Senhora do Desterro foi visitada pela Princesa Isabel, que fez um singelo diário da Província de Santa Catarina. Toda a família real, aliás, visitaria a região, a começar por D. Pedro I. No século XIX, com a Proclamação da República (1889), Desterro passou a chamar-se Florianópolis em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto.

O início do século XX em Florianópolis foi marcado por imigrações de diversas etnias, principalmente alemã e italiana. Desde a abertura da rodovia ligando a capital ao Sudeste do país, a urbanização não cessou e hoje a população é de pouco mais de 400 mil habitantes sobre 675.000 m2. A cidade, apesar de ainda ter 45% de suas reservas naturais, enfrenta os problemas de uma capital contemporânea.

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