A última viagem de Zeperri – Jornal Notícias do Dia
Documentário. Franceses lançam no Estado filme sobre o aviador-escritor
Florianópolis — Próximo à Ilha de Riou, na região de Marselha, Sul da França, 42 destroços de avião escondiam um segredo que revelaria o mistério da morte de um ícone mundial. Quando o arqueólogo marinho francês Luc Vanrell encontrou os objetos no fundo do Mar Mediterrâneo, em 1989, não imaginava do que poderia se tratar. Ele estudava outros assuntos na época. Seu interesse pelo local mudou em 1998 por causa de um pescador.
“O pescador jogou uma rede de pesca na região e junto com ela veio um bracelete com o nome de Antoine de Saint-Exupéry”, contou. O Zeperri, como era conhecido pelos pescadores da Capital catarinense, desapareceu em 1944, em uma missão de reconhecimento em Grenoble e Annecy. O aviador decolou do aeroporto de Bastia, na Ilha de Córsega, e seu corpo nunca foi encontrado. Mas a incógnita sobre os acontecimentos que levaram à morte o autor da obra “O Pequeno Príncipe” persistiu na mente de familiares, amigos e, principalmente, de historiadores.
Como força do destino, parte da história de vida do escritor e aviador foi revelada por pescadores. Não do Campeche, no Sul da Ilha da Santa Catarina, mas dos pescadores do Sul da França. O bracelete foi o começo de uma pesquisa intensa que trouxe à tona os momentos finais de Zeperri.
“As bibliografias sobre Saint-Exupéry diziam que não havia sido naquele local que ele tinha morrido. Porém, eu acreditava e fui seguindo as pistas. Achamos uma meia de mulher, usada como lenço de pescoço, e isso era bem o jeito dele”, explicou Vanrell. Independente das impressões pessoais do pesquisador seria preciso provar que um dos 42 aviões era o de Zeperri. Por esse motivo, o pesquisador contou que, ao olhar para os destroços do avião, não foi tomado por uma emoção tão positiva. “Eu sabia que seria complicado e difícil trazer provas formais, mas sabia que era provavelmente do avião dele”, relatou.
Ele, de fato, previu o futuro. A persistência do arqueólogo renderam 14 anos de pesquisa, finalizada em 2012. “Primeiro, identificamos detalhes técnicos que só o avião de Saint-Exupéry tinha. Conseguimos manter apenas cinco na pesquisa. Depois, pegamos o número do avião e provamos que era o dele”, disse. Vanrell afirmou que as partes de mergulho e localização dos objetos foram as mais fáceis. Difícil foi juntar as peças que contavam como foi a morte do aviador… [leia o restante no link abaixo]