O Pequeno Príncipe (1943)
Conto poético, O Pequeno Príncipe foi inicialmente publicado nos EUA, em abril de 1943, depois na França em 1946. Hoje é um fenômeno editorial, a obra de literatura francesa mais lida e mais conhecida no mundo. Serve como ferramenta à salvaguarda de dialetos ameaçados de extinção. Paradoxalmente, é também um dos melhores veículos da língua francesa.
Antoine de Saint-Exupéry inicia a redação do Pequeno Príncipe em 1942, durante seu exílio nos EUA. Inspira-se na riqueza de suas experiências e em sua imaginação para contar uma história singular e universal. Decide ele mesmo desenhar os personagens e cria um universo ao mesmo tempo único e reconhecível por todos.
Contando a história do Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry aborda os temas maiores que estabelece segundo uma dualidade: visível/invisível, adulto/criança, amor/amizade, viagem/sedentarismo, espaço/tempo, perigo/destruição, signos/ significados, questões/respostas, felicidade /tristeza.
O Pequeno Príncipe é publicado em 6 de abril de 1943 por Reynal& Hitchcock em francês, e em inglês com o título The Little Prince. Mas Saint-Exupéry nunca conheceria o destino de sua obra. Em 13 de abril de 1943, ele deixou os EUA para juntar-se às Forças Francesas Livres na Argélia. Na França, o livro foi publicado dois anos depois de sua morte, em 1946, pela Editora Gallimard. Existem várias versões manuscritas ou datilografadas do texto, o que demonstra diferentes etapas de sua elaboração. O manuscrito original está conservado em Nova York, na Pierpont Morgan Library, que mantém vários documentos originais dedicados à literatura infanto-juvenil.
Resumo
Dedicado a Léon Werth, esse conto filosófico é dividido em 27 capítulos, os quais narram as aventuras de um pequeno príncipe. Depois de uma pane de motor, um aviador vê-se no deserto do Saara. Encontra o Pequeno Príncip, que lhe pede que desenhe um carneiro. Surpreso em encontrá-lo ali, o aviador queria saber quem ele era e de onde vinha. O Pequeno Príncipe não responde às perguntas, mas, ao longo dos capítulos e dos dias, o aviador reconstitui a história do menino de cabelos de ouro.
Ele mora no asteroide B-612, onde há três vulcões e onde crescem baobás e uma rosa complicada. Numa manhã, parte de seu planeta e visita alguns asteroides, nos quais encontra um rei, um vaidoso, um bêbado, um homem de negócios, um acendedor de lampiões e um geógrafo.
Finalmente, ele chega à Terra, na África, e fala com uma serpente. Percorre a Terra e conhece a raposa. Esta lhe ensina que para ter amigos é preciso “cativar”. Ensina-lhe também que nos tornamos responsáveis para sempre por aquilo que cativamos. Observa que as pessoas adultas perderam o sentido da existência.
No oitavo dia, o aviador e o Pequeno Príncipe caminham à procura de um poço, até o anoitecer. Na aurora, ele o descobre. Na noite seguinte fará um ano que o Pequeno Príncipe deixou seu planeta. Decidiu voltar naquela noite. Para chegar a seu planeta, pede a uma serpente venenosa que o morda a fim de livrá-lo de seu corpo muito pesado para a viagem. Trata de confortar o aviador: “eu parecerei estar morto e não será verdade”.
Seis anos mais tarde, o aviador voltou para casa e espera o retorno do Pequeno Príncipe. Quando olha as estrelas no céu, pensa no menino, pois sabe que ele está numa delas.
Citações
“Todas as pessoas grandes foram primeiro crianças, mas poucas se lembram disso”.
(Dedicatória)
“Por favor… desenha-me um carneiro!”
“Quando o mistério é muito impressionante, não ousamos desobedecer”.
“Diante de nós mesmos, não conseguimos ir muito longe”
“As crianças devem ser muito indulgentes para com as pessoas grandes.”
“É tão misterioso o país das lágrimas”.
“É muito mais difícil julgar a si mesmo do que julgar outrem”.
“Tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são racionais”.
“É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”.
“Quando queremos ser espirituosos, mentimos um pouco”.
“Não és para mim senão um menininho muito parecido a cem mil menininhos. E não preciso de ti. Tampouco precisas de mim. Sou apenas para ti uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas, se me cativares, vamos precisar um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei para ti único no mundo”.
“Não conhecemos as coisas que cativamos”
“A linguagem é fonte de malentendidos”.
“É uma coisa muito esquecida – disse a raposa – é criar laços”.
“Eis meu segredo. É muito simples. Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”.
“É o tempo que perdeste com a tua rosa que torna tua rosa tão importante”.
“Tu te tornas responsável para sempre por aquilo que cativaste”.
“Os homens não têm mais tempo para conhecer nada. Eles compram coisas prontas nos comerciantes. Mas como não existem comerciantes de amigos, eles não têm mais amigos”.
“Nunca estamos contentes onde estamos”
“Só as crianças sabem o que procuram”.
“O que embeleza o deserto – disse o Pequeno Príncipe – é que esconde um poço em algum lugar”.
“Sempre gostei do deserto. A gente se senta sempre numa duna. A gente não vê nada. Não ouve nada. No entanto, alguma coisa brilha em silêncio…”
“Arriscamos chorar um pouco se nos deixamos cativar”.
“Mas os olhos são cegos. É preciso procurar com o coração”.
“Eu parecerei estar morto, mas não será verdade”.
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