Antoine de Saint-Exupéry nasceu em Lyon aos 29 de junho de 1900. Foi piloto e escritor, conhecido como o “poeta da aviação” por ter tornado a carreira de piloto matéria-prima de sua literatura. Imortalizou os feitos de seus companheiros da empresa de correio aéreo Aéropostale, nos anos 1920, com seus livros premiados e traduzidos no mundo inteiro, entre os quais, O Pequeno Príncipe.
Após fracassar no exame para a escola naval, fez cursos de pilotagem e obteve o brevê militar. Em outubro de 1926, é contratado na Companhia criada por Pierre-Georges Latécoère em Toulouse, no sul da França. Começou como piloto entre Toulouse-Casablanca, depois Casablanca-Dakar, sendo nomeado chefe do aeródromo em Cabo Juby em 1927, onde exercerá principalmente missões diplomáticas. Saint-Ex, como era chamado entre os colegas, permanecerá por dois anos no deserto marroquino. A fim de espantar a solidão, começa a escrever o livro Correio sul, lançado em 1929 com uma boa acolhida junto à crítica.
Em setembro de 1929, parte para a América do Sul, onde é designado como diretor da Aeroposta Argentina. Foi recebido por Paul Vachet, a quem substituiria. Nessa fase (1929-1931), escreveu Voo noturno, publicado em 1931 e vencedor do Prêmio Femina. Começa sua celebridade enquanto escritor. Foi também nesse curto período que fez algumas passagens pelo Brasil (onde havia 11 escalas da Aéropostale) incluindo-se Florianópolis. Na Ilha de Santa Catarina, sua passagem se tornou memorável.
Com o fim da Aéropostale em 1931, Saint-Exupéry Saint-Exupéry entrou para a Air France, em 1934, mas no setor de propaganda, que o leva a percorrer 11 mil km fazendo conferências sobre a Aéropostale. Em 1935, tentando o raid Paris-Saigon junto com seu mecânico Prévot, cai no deserto da Líbia. Quase mortos de sede, piloto e mecânico são salvos por um beduíno ao fim de cinco dias de marcha. O acidente rendeu mais fama ao escritor, incitando uma série de entrevistas. Um novo raid acaba noutro um acidente, desta vez quase fatal, na Guatemala. Foram meses de recuperação e Saint-Ex ficou com muitas sequelas. Entretanto, a publicação de seu livro Terra dos homens, em 1939, premiado na França e nos Estados Unidos, lhe trará novo momento de glória; nele Saint-Exupéry perenizava os feitos de Guillaumet e Mermoz, seus inseparáveis companheiros, bem como a história ímpar da Aéropostale.
Seus livros são adaptados para o cinema e o teatro. Em 1940, engaja-se como piloto de reconhecimento. Parte depois para os Estados Unidos e lá escreve Piloto de guerra (1942) seu conto imortal, O Pequeno Príncipe, ilustrado por ele mesmo. Como um dos maiores fenômenos editoriais até os dias de hoje, a obra foi traduzida para mais de 250 línguas. Apesar de seus 44 anos, idade avançada para um piloto à época, Saint-Ex consegue o direito de executar cinco missões de reconhecimento junto a seu antigo grupo 2/33. Misteriosamente, desaparece sobre o Mediterrâneo durante a última delas, dia 31 de julho de 1944. Um bracelete com seu nome gravado foi resgatado do mar de Marselha pelo pescador Jean-Claude Bianco, meio século depois, em 1998. Este conduziu aos destroços do avião que pilotava, o P-Lightning 38, descobertos e identificados pelo arqueólogo marinho Luc Vanrell Todavia, as circunstâncias de sua queda e morte ainda são investigadas.