Numerosos documentos poderão recompor a memória da Aéropostale em Natal. A história oral trará também sua colaboração, como por exemplo o do Sr. Edmundo Alves de Melo, cujo pai conservou tudo, graças à sua máquina fotográfica. Este era jornalista e apaixonado por História; seus filhos deram sequência e publicaram, em 2012, o livro “Asas sobre Natal”, organizado pelo próprio jornalista a partir de suas fotos e relações pessoais, às quais acrescentou outros elementos, muito importantes.
Joseph Kessel, Mermoz, 1938
Joseph Kessel conta como Mermoz levantou voo, depois de 54 tentativas, da Lagoa do Bonfim, em Natal
Na manhã seguinte, Mermoz voou, pesquisou a costa do sul de Natal num raio de 200 km e, a uns sessenta quilômetros, percebeu a Lagoa do Bonfim, que lhe pareceu propícia a seu intento. Esta tinha 30 km de comprimento, 16 de largura e o vento sudeste la cobria com uma ligeira ondulação, indispensável à decolagem. À tarde, Mermoz embarcou Dabry e Gimié no Compte de la Vaulx descarregado, levou-os à lagoa do Bonfim.
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Enfim, em 8 de julho, Dabry e Gimié se instalaram em sua cabine e Mermoz empunhou o manche do Comte de la Vaulx. Já lhes parecia respirar o ar do alto-mar.
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No tempo de um minuto, com uma incrível facilidade, o Compte de la Vaulx subiu aos ares”.
Natal possui ainda vestígios do que foi a Aéropostale. Em termos materiais, encontram-se instalações no interior da Base Aérea da cidade. Em termos imateriais, testemunhos comoventes e incontestáveis podem ser recolhidos. Além do rio Potengi, outros sítios foram conservados em Natal, entre os quais a Lagoa do Bonfim, onde Jean Mermoz, dia 8 de julho de 1930, conseguiu enfim decolar depois de 54 tentativas frustradas. Atualmente, nas redondezas, o proprietário das terras, Marcos Lopes, mantém o aeródromo e escola Severino Lopes.
Aeroplace de Natal – Pitimbu
Gentilmente cedido pelo Musée Air France (Paris) à Presidente da AMAB