A Cidade
Pelotas é uma cidade de tradição cosmopolita. Mas a França exerceu na história de seu povoamento um papel particular. Pelotas é a cidade do Brasil que recebeu o maior número de imigrantes franceses, os quais deixaram descendentes e uma herança cultural importante de que a cidade se orgulha. Estudos universitários significativos se consagram à influência francesa em Pelotas e demonstram que esta não se apagou. Prova disso é a presença, numa zona rural situada a 40 minutos do centro da cidade, o “Museu da Colônia Francesa”, mantido pelos descendentes de franceses e pela Universidade Federal de Pelotas.
Por sua cultura, Pelotas foi denominada “A Princesa do Sul”. Essa cidade de um pouco mais de 350.000 habitantes, distribuídos sobre uma superfície de 1 921 080 km2 foi, de fato, um centro cultural relevante no século XIX, quando o desenvolvimento de suas “charqueadas” (propriedades rurais destinadas à preparação da carne seca) permitiu o enriquecimento da região. Situada a 250 km de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, Pelotas foi povoada a partir de 1758. Em 1780, o “charqueador” português José Pinto Martins deixa o Ceará e se instala em Pelotas, criando ali a primeira “charqueada”, modelo depois seguido por outros que contribuíram, por seu progresso, com a riqueza de Pelotas. O nome da cidade, que se definiu assim em 1835, vem da palavra “pelota”, pequena embarcação de couro, que era usada pelos charqueadores para transportar mercadorias através dos rios. Atualmente, as “charqueadas” outrora mantidas pela mão-de-obra escrava, tornaram-se pontos turísticos ou museus em que o visitante pode conhecer a história e, muitas vezes, aproveitar a gastronomia local. São algumas das razões pelas quais a maior rede de televisões brasileira, a Globo, adaptou várias séries em Pelotas, inspiradas na rica literatura do sul e na tradição gaúcha.
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